Sonho Grande é um livro de Cristiane Corrêa que li tem algum tempo mas que só agora decidi escrever uma resenha. Apesar do nome que lembra livro de auto-ajuda do Augusto Cury, ele fala sobre a história de um trio bastante conhecido no cenário empreendedor brasileiro: Jorge Paulo Lehmann, Marcel Telles e Beto Sicupira. O quê? Você não sabe quem são eles? Então dá uma lida urgente na resenha abaixo e depois vai atrás do livro na Amazon.
Sonho Grande não é apenas a história de 3 empreendedores de sucesso, ou a história de um empreendedor que colocou o Brasil no cenário corporativo mundial. Ou a história de como jovens banqueiros investiram pesado para comprar grandes multinacionais e torná-las máquinas de geração de dinheiro. Não apenas sobre isso. É sobre isso e muito mais. É sobre sonhar grande.
Desde jovem, Jorge Paulo Lehmann queria ser grande. Inicialmente grande tenista, mas vendo que não conseguiria se tornar referência mundial, mesmo ganhando diversos títulos cariocas, decidiu que investiria em sua carreira empresarial, se tornando dono do Banco Garantia, um banco de investimentos jovem e bastante audacioso que gerou muitos milionários entre sua equipe inicial. Mais tarde, o livro narra a criação da GP Investimentos, famoso fundo de investimento em startups da era ‘.com’ viva no final do século passado e início desse século, tendo conseguido fazer grandes quantias de dinheiro mesmo durante o estouro da bolha da Internet (época narrada em outro excelente livro que fiz resenha no passado).
Mas Lehmann e seus fiéis escudeiros sempre quiseram mais. O livro fala inclusive de como se conheceram e como dividiam a administração dos negócios. Como quando compraram as Lojas Americanas e tornaram a potência que é hoje no varejo, inclusive criando as famosas gôndolas suspensas de ovos de Páscoa que hoje são padrão nacional. Também fala, e muito, da famosa criação da Ambev, mais tarde Inbev e por último AB Inbev com a fusão da cervejaria americana da Budweiser (o livro é mais antigo, então não trata da mais recente aquisição da SAB Muller). Lehmann sempre objetivou criar a maior cervejaria do mundo, desde que comprou a primeira, praticamente falida, sem processos e muito inchada de pessoal.
Aliás, esse é o perfil de empresa que a autora do livro mostra como o ideal para as aquisições de Lehmann e cia. Empresas que tem uma estrutura de custos muito alta devido à má governança, na qual eles podem rapidamente “cortar na carne”, trocando fornecedores, cortando regalias e diminuindo pessoal, para só então passar a trabalhar no aumento de faturamento. A frugalidade é a marca registrada do trio que detesta esbanjar dinheiro em suas empresas, porém adora recompensar muito bem os melhores funcionários que adquirem opções de ações para mantê-los na empresa e com foco em desempenho.
Não vou falar mais para não estragar, mas o livro fala da aquisição do Burger King, fala da Fundação Lehmann (que envia jovens para estudar no exterior com tudo pago, com a promessa de voltarem e fazerem algo de bom pelo país) e termina antes da aquisição da Heinz. Também termina explicando os planos de Lehmann para o futuro, junto a seu amigo e também investidor Warren Buffet, maior acionista individual da Coca-Cola.
Olá, tudo bem?
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