Mecanismos de renda passiva para devs

Empreendedorismo

Mecanismos de renda passiva para devs

Luiz Duarte
Escrito por Luiz Duarte em 08/08/2024
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Faz um tempo desde que escrevi o último artigo sobre empreendedorismo aqui no blog, o que não quer dizer que não tenha empreendido mais nestes últimos anos, muito pelo contrário, desde 2020 que tenho empreendido full-time e com resultados cada vez mais expressivos, apenas não estava mais escrevendo sobre o assunto. No artigo de hoje, eu quero falar um pouco das minhas experiências estudando e criando mecanismos de geração de renda passiva utilizando de meus conhecimentos como desenvolvedor e profissional de tecnologia. Vou falar de acertos, de erros, mas principalmente: não vou falar de investimentos tradicionais, não vou te convidar para nenhuma pirâmide e nem fazer promessas mirabolantes.

Vou apenas contar algumas histórias e compartilhar alguns números, sem a pretensão de mudar a vida de alguém, mesmo que essa jornada toda tenha mudado a minha.

Se preferir, você pode assistir ao vídeo abaixo ao invés de ler.

Vamos lá!

#1 – Renda ativa x passiva

Quando eu comecei a faculdade de computação em 2006 eu só queria me tornar um programador profissional. Mas logo que comecei a entender como funcionava empreender com tecnologia, eu vi que poderia alavancar mais os meus resultados financeiros se eu tivesse fontes de renda alternativas, visando não apenas não depender exclusivamente do emprego como acelerar minhas conquistas materiais (quem saiu de casa cedo sabe do que estou falando).

No entanto eu falhei demais no início. Resumidamente, eu achei que adicionar múltiplas fontes de renda significava conciliar trabalho e faculdade com freelas. Ou seja, os freelas me geraram uma grana que me ajudou bastante, mas que não me levou a lugar algum de fato. O que acontecia é que eu não sabia a diferença de renda ativa e renda passiva.

A renda ativa é aquela oriunda diretamente do seu trabalho, que você deve continuar colocando tempo e energia para continuar recebendo. Por exemplo um emprego, ele é considerado uma renda ativa pois você só recebe se seguir trabalhando continuamente nele. Outro exemplo seria uma empresa em que você é o dono/administrador, pois embora você até consiga em certos casos ter mais flexibilidade do que um empregado, se você não gerir o negócio, ele quebra.

Do outro lado, a renda passiva é aquela que você continua recebendo mesmo que não esteja trabalhando ativamente nela. Por exemplo um aluguel de um imóvel seu, ele é considerado uma renda passiva pois você recebe todos os meses do seu inquilino, mesmo sem que você faça qualquer esforço ou empregue tempo cuidado do mesmo. Outro exemplo é um investimento que gere dividendos, como ações e fundos imobiliários, onde você não é o dono de fato da empresa e nem do imóvel, mas ainda assim recebe parte dos lucros.

Note que isto não tem absolutamente NADA a ver com ativos x passivos nos fundamentos da economia, na verdade é exatamente o oposto. Você SIM deve desejar ter a maior renda passiva possível pois é isso que lhe dará liberdade financeira no presente e uma segurança no futuro, já que contar com a aposentadoria não é uma boa ideia.

Mas Luiz, se receber de maneira passiva é tão bom, porque ainda perdemos tempo com renda ativa?

Primeiro porque renda passiva não se constrói “sozinha” e segundo porque não é algo rápido de se obter se você não for herdeiro(a). Você precisa produzir primeiro renda ativa, pagar suas contas e então investir parte do restante na construção de renda passiva. A cada montante investido em mecanismos que gerem renda passiva, um pouquinho a mais irá ser gerado de rendimentos todos os meses.

Mas se você não tem capital para investir em renda passiva, como eu no início da carreira, como conseguir gerar esse tipo de rendimento? Ou melhor: e se eu te disser que existe um jeito muito mais rentável de gerar renda passiva que ao invés de exigir seu capital, exige seu tempo?

Parece bom demais para ser verdade, certo? Mas calma que vou explicar melhor como que você pode usar de seus conhecimentos em tecnologia para chegar nisso, enquanto conto algumas histórias pessoais.

Curso FullStack

#2 – Primeira renda passiva como dev

Passada essa fase inicial em que vendi muito do meu tempo livre para terceiros que me contratavam para programar sites, aplicações web e, mais tarde apps, eu comecei em paralelo a estudar “como ganhar dinheiro na Internet”. O fato de eu saber programar e consequentemente ter facilidade com tecnologia inicialmente me ajudou a criar meus primeiros empreendimentos online, como um blog de emulação de games que criei em 2007, o Score. Na época, eu achava que se eu tivesse um blog com bastante conteúdo e com anúncios (Google AdSense basicamente), que o dinheiro viria. E ele veio, mas era pouco. Ganhei meus primeiros U$30/mês desse jeito e durante alguns meses se manteve uma renda passiva interessante, mas como eu lidava com um conteúdo “sensível”, que fica no limiar da pirataria, logo perdi essa possibilidade e tive de “voltar à prancheta”. Mas vamos entender um pouco mais desse case.

Mas Luiz, se você tinha um blog, você tinha de postar nele regularmente para que ele crescesse, certo? Como isso pode ser renda passiva?

Absolutamente toda renda passiva precisa de energia ou dinheiro sendo colocada nela, bastante no início, mas eventualmente bem pouco ou até nada. Então, no fundo, nenhum tipo de mecanismo ou investimento é 100% passivo.

Explico: se você teve de trabalhar um mês inteiro para ter uma grana sobrando e com ela comprar FIIs e Ações, e então gerar renda passiva, você concorda que primeiro teve de “ativamente” gerar valor para uma empresa e depois usar seu pagamento para investir? A diferença é que, depois de investido, o ativo continuará lá, lhe gerando rendimentos. O mesmo para um site de conteúdo por exemplo.

Em um site de conteúdo (ou canal no Youtube, perfil em rede social, etc) você investe o seu TEMPO produzindo conteúdo e, se ele gerar valor para a sociedade (for útil), você pode gerar rendimentos com isso, de milhares de formas diferentes como anúncios, publis, links de afiliados, etc. Dependendo da plataforma, e na maioria delas é exatamente assim, uma vez que você produza o conteúdo (coloque x de esforço) você vai colher os resultados daquele conteúdo por um tempo muito maior do que o inicialmente investido. E o tempo me mostrou, através de várias outras experiências, mas cuja primeira foi esse blog de games, que a criação de mecanismos de renda passiva usando das minhas habilidades técnicas eram muito mais rentáveis que os investimentos tradicionais.

Exemplo: se você ganha, sei lá, R$100/h (e eu sei que é a minoria brasileira que ganha isso, mas fica fácil o cálculo), e pega esses R$100 e aplica em um investimento que pague dividendos, você raramente vai ter um rendimento superior a R$1 líquido por mês. Vamos pegar agora 8h de trabalho ou R$800 que renderia R$8/mês no máximo e ao invés disso nos dedicar a criar uma publicação que seja realmente boa, ou escrever parte de um livro ou gravar parte de um curso, etc. Esse dia de trabalho (8h) vai lhe gerar MUITO mais que R$8/mês ao longo do tempo se realmente gerar valor para as pessoas.

Esse é o racional que foi enraizando em mim aos poucos, mas como disse, aquele blog de games chamado Score, foi apenas o primeiro experimento. Quero mostrar outros exemplos que vivenciei neste artigo.

Curso Node.js e MongoDB

#3 – Segunda experiência com renda passiva

Anos mais tarde, depois de muitos outros freelas onde vendi meu tempo por dinheiro e que não agregaram à construção de mecanismos de renda passiva, eis que em 2010 eu me pego pensando que criar conteúdo do zero poderia não ser a forma mais inteligente de ganhar dinheiro com conteúdo. Eu estava me formando na faculdade naquele ano e já tinha uma experiência considerável como desenvolvedor, então me pegava pensando em como eu poderia lançar algo que eu realmente programasse e que com essa programação eu não precisasse ficar criando conteúdo o tempo todo. Que empresa famosa que eu conhecia fazia isso? O Google (mais detalhes neste livro).

Foi em julho daquele ano que eu criei as tecnologias de webcrawling e webscrapping do Carro na Hora, meu primeiro buscador de classificados automotivos que no futuro viria se tornar o Busca Acelerada, uma empresa que eu tive por 3 anos. Programando o Carro na Hora, com a ajuda de mais um amigo que fez o layout do site, eu percebi que através de um investimento inicial de um mês de trabalho aproximadamente, eu poderia gerar rendimentos que perdurariam por quase 2 anos. Ou seja, não era renda passiva “eterna”, ele exigia manutenções mensais para agregar novos provedores de classificados, corrigir bugs e etc, mas gerava uma grana extra bacana com anúncios que chegou até os U$1000/mês no seu auge, o que não é nada mau para um side project.

Meu problema com o Carro na Hora é que eu acreditei na época que eu precisava de mais. E não apenas de mais grana com ele, mas estrutura, investimento, etc e acabei transformando ele numa empresa, o Busca Acelerada. Eu já contei essa história em outras oportunidades aqui no canal mas basicamente chegamos a ser quatro pessoas, captamos investimento, tivemos mais de meio milhão de usuários ativos por mês e nossa base catalogava os 80 maiores sites do segmento e mais de 2MM de anúncios. Chegamos a ensaiar uma possível venda para o Buscapé em dado momento e ganhamos prêmios de inovação no Brasil e exterior. Mas o Busca Acelerada se tornou algo completamente diferente do Carro na Hora, deixou de ser renda passiva e virou ativa novamente, o que acabou me frustrando pois troquei um emprego por outro, no final das contas.

Mas nesse meio tempo, eu comecei outro experimento.

Time do Busca Acelerada
Time do Busca Acelerada

#4 – Novos experimentos com renda passiva

Ainda em 2010, em paralelo com o Carro na Hora no ar e o final da faculdade eu criei um novo blog, este que você está lendo no momento (LuizTools). Era um local para compartilhar as coisas que estava estudando, para leitura posterior minha mesmo, ao mesmo tempo que ajudava colegas de trabalho. Na época eu mexia muito com C# e esse era o foco do blog. Mas ao invés de monetizar o blog colocando anúncios, que era tudo que eu entendia de renda passiva até então, eu deixei ele sem monetização alguma e assim ele ficou por vários anos.

Route

Em 2015, quando decidimos fechar a empresa do Busca Acelerada e eu reduzi ele novamente a uma fonte de renda passiva, na época gerava algo em torno de U$600/mês passivamente, eu voltei pro mercado e fui parar em uma startup onde desenvolvíamos uma plataforma de marketing digital. Dado que eu não entendia muito do assunto, resolvi estudar mais e minha mente explodiu novamente com as possibilidade e vi que todo o conteúdo que eu havia produzido no blog LuizTools nos últimos 5 anos era um ativo valiosíssimo que eu poderia usar para criar um novo mecanismo de renda passiva, novamente usando de meus conhecimentos em programação, mas não programando diretamente, mas ensinando outros a programar, criando o que chamamos de infoprodutos.

Só Famosos
Só Famosos

Eu iniciei nessa época dois novos projetos de renda passiva: um novo mecanismo de busca mas com temática de “fofocas de celebridades” (o site SóFamosos) e o meu primeiro ebook à venda na Amazon, o Criando Apps para Empresas com Android. Como eu já dava aulas desde 2010 e tinha terminado minha pós graduação em Computação Móvel, eu achei que este era um bom tema e durante um bom tempo (quase 2 anos) eu escrevia trechos desse livro nas horas vagas até que ele foi lançado em 2016 e passou a me gerar renda passiva pois usava a plataforma da Amazon para vendê-lo e o meu blog e redes sociais para ajudar na divulgação. Rapidamente a renda gerada por este ebook superou o que o SóFamosos faturava com links de afiliados (decidi não usar mais anúncios tradicionais aqui).

Você deve estar pensando que levar quase 2 anos para escrever um livro e gerar poucas centenas de R$ por mês não e’um bom negócio. E de fato, foi muito tempo para pouco resultado, mas isso validou a minha hipótese de criação de infoprodutos como fonte de renda passiva e no ano seguinte eu escrevi outros 3 ebooks! Em 1 ano eu fui de R$0,01 para R$1 mil/mês em renda passiva com ebooks como detalho neste post. E se você juntar com o fatura do outro mecanismo que rolava em paralelo (Busca Acelerada), começa a perceber que eu já estava ganhando mais que muito assalariado e de maneira passiva. Com isso, eu coloquei um novo objetivo de vida: ganhar renda passiva suficiente para que trabalhar se torne uma opção, ao invés de obrigação.

Livro Node.js

#5 – Engrenando na renda passiva

Em 2017 eu fui trabalhar em um banco e nele aprendi a investir de verdade. Antes disso eu já tinha me tornado investidor na renda fixa, em 2015, mas foi só neste banco que aprendi sobre renda variável, investimento de risco e principalmente: criptomoedas. Eu notei que conseguia comprar e vender Bitcoin (era só o que eu opera na época) e ganhar com as oscilações do mercado, mas que isto me tomava muito tempo, não era renda passiva, então não me interessava. Sempre com a mentalidade de geração de renda passiva em primeiro lugar, eu comecei a pensar em como automatizar as operações que já fazia e assim surgiu meu primeiro robô de criptomoedas, para Mercado Bitcoin. Aos poucos eu comecei nesse mesmo ano a gerar meus primeiros rendimentos passivamente com cripto, ainda modestos, que mais à frente vou contar melhor a história pois demorou um pouco a engrenar.

Voltando aos ebooks, até 2018 eu já tinha escrito mais de meia dúzia de ebooks e estava ganhando um dinheiro bacana com eles todos os meses. Criei uma técnica própria que me permitia escrever um novo livro a cada 3 meses aproximadamente, o que engordava meus rendimentos e criava uma autoridade ao redor da minha marca pessoal e blog, o que me gerava empregos melhores e convites para consultorias e treinamentos (o que mais tarde se tornaria a minha empresa). O caminho natural era trabalhar com a mídia mais proeminente à época: o vídeo. Eu já tinha feito uns testes com um canal no Youtube em 2016 e não tinha dado muito certo. Então era algo que eu estava reticente em retomar, mas sabia que precisava pois o Youtube era notoriamente uma grande fonte de renda passiva para muitas pessoas.

Um dos primeiros vídeos do canal

Eu sabia que com vídeo eu poderia monetizar melhor os meus conhecimentos de dev não apenas com o canal em si, mas com cursos, que poderia cobrar muito mais caro do que os ebooks. A Udemy chegou a entrar em contato comigo um tempo antes mas eu não gostava do modelo de trabalho deles (principalmente em termos de precificação) e acabei não fechando. Enfim, decidi na época partir para uma estratégia kamikaze que mais tarde eu descobriria que se chama Lançamento Semente: eu anunciei cursos que ainda não existiam, a fim de ver o interesse das pessoas no tópico. Interesse real: eu vendia o novo curso para as pessoas e, se houvesse pagantes suficientes, o curso iria acontecer, caso contrário, eu devolvia o dinheiro. E sim, funcionou muito bem.

Eu comecei inicialmente transformando um livro de Android que eu tinha em um curso e um livro de Node.js em outro. O curso de Node.js logo vendeu 10 inscrições e o de Android uma, já estava claro qual caminho seguir. Ao longo de cerca de dois meses eu trabalhei neste curso, entregando aulas semanalmente aos alunos, aulas essas que eu gravava nas horas vagas do meu emprego normal. E durante alguns anos esse primeiro curso me gerou uma renda passiva de R$1.500/mês. Que se você somar com as demais…enfim, você já entendeu como a bola de neve vai se formando.

Obviamente produzir cursos acaba envolvendo manter ele atualizado, ter estratégia de tráfego/vendas e dar suporte aos alunos, por isso não é algo tão trivial, mas se você faz bem feito, o suporte não é tão alto assim que interfira nas suas outras atividades, fora que se dependendo do assunto do seu curso, ele não precisa de atualizações tão frequentes e os próprios ebooks que lancei anteriormente me mostraram isso. Note que não estou falando sobre uma EMPRESA profissional de cursos, mas cursos rápidos, gravados e com preços baratos.

Na sequência emendei com o lançamento de mais um curso, subindo para uma renda passiva de R$3 mil/mês só nos cursos e depois mais um que foi um grande sucesso, fazendo no auge dos cursos nesse formato mais básico algo superior a R$7 mil/mês. Claro, eu ganhava muito mais que isso em meus empregos, mas era uma excelente adição, principalmente considerando, novamente, que era mais um extra. Eu gravava uma vez os cursos e vendia centenas de inscrições ao longo dos meses. Mais tarde fui me profissionalizando nessa área e hoje tenho vários cursos em formatos bem mais complexos, não é mais renda passiva, transformei em uma empresa mesmo, mas isso é história para outra hora, ainda quero falar um pouco mais do nosso foco central, então bora finalizar!

Curso Web23

#6 – Meta com renda passiva

Eu mencionei dois outros pontos importantes no tópico passado, um foi o novo foco em vídeo, e o outro foi a criação de robôs cripto. Ambos foram cruciais para minha independência financeira, mas de maneira diferentes.

Primeiro eu quero falar do meu canal no Youtube. Quando eu criei o canal minha estratégia era bem clara (e tola): eu ia transformar meus posts do blog em vídeos no canal e monetizar eles através de anúncios, assim como fiz com meus primeiros sites. Eu sabia que isso dava uma grana, mas a competição no Youtube é violenta e crescer um canal puramente técnico como o meu sempre foi um desafio. Durante alguns anos ele sequer superava os requisitos mínimos para monetização e, mesmo depois que alcançou, ali por 2020, nunca gerou muito mais de R$500/mês passivamente, lançando ou não vídeos novos.

Se o resultado é tão pouco, então porque eu sigo produzindo nele ao invés de simplesmente embolsar esses R$500 e ir fazer outra coisa? Porque ele turbina minhas outras fontes de renda como ebooks e cursos. Atualmente como minha empresa é focada em treinamentos, o canal é a minha fonte mais importante de captação de clientes, até mais que o próprio blog e redes sociais. Mas isso foge do nosso assunto central aqui. Para fins de renda passiva, o canal é pouquíssimo expressivo, mas é outra das minhas fontes, então merece ser citado.

Agora os robôs de criptomoedas…o que começou como uma brincadeira com meus colegas de serviço do banco que trabalhava, se tornou uma máquina de fazer dinheiro ao longo dos anos, principalmente quando saí do mercado nacional, onde operava na Mercado Bitcoin, depois Foxbit, e fui para corretoras cada vez maiores como Poloniex até chegar na Binance, a líder mundial. As mesmas estratégias que meu robô fazia poucas operações ao dia eu comecei a explorar com múltiplos pares de moedas e com tecnologias cada vez melhores. E isso foi muito legal, não apenas pelo fator financeiro, é claro, que ali por 2020 já me gerava mais de R$2 mil/mês de forma passiva com meus bots cripto, mas porque eu estava usando dos conhecimentos de programação que eu tinha para criar esses robôs. Ou seja, o conhecimento que eu investi tempo e energia ativamente estudando, eu consegui alocar em uma fonte de geração de renda passiva.

Assistindo a vídeos de canais famosos de criptomoedas e fazendo até um curso de trading na área, eu pude combinar os meus conhecimentos de dev com novos conhecimentos de investidor e com isso programar diferentes estratégias para diferentes momentos de mercado e classes de ativos, se tornando o segundo mecanismo mais rentável do meu portfólio, ficando atrás apenas dos cursos dada ao menor risco em comparação ao mercado cripto.

Naquele ano de 2020 eu finalmente já estava ganhando mais com a soma das minhas fontes de renda passivas do que com meu emprego formal. E trabalhar finalmente se tornou uma opção, ao invés de obrigação. E conforme eu planejei por anos, mesmo em meio à pandemia do Covid, eu pedi demissão da empresa que trabalhava e fiquei em casa, cuidando da minha família naquele momento tão delicado. Nunca mais tive de procurar um emprego depois disso e esse é o motivo de eu estar escrevendo este artigo quase 4 anos depois: para não apenas compartilhar, como comemorar.

Livro Carreira

#7 – Considerações finais

Não me leve a mal, eu não sou rico e a razão deste artigo não é ostentar nada, senão um desejo obsessivo por liberdade financeira. Apesar dos 7 dígitos que já fiz com mecanismos de renda passiva ao longo de todos esses anos, eu sigo trabalhando em minha própria empresa, mas como os mais próximos a mim sabem, eu poderia deixar de trabalhar também, se precisasse ou quisesse. Teria de fazer alguns cortes no orçamento doméstico, viajar menos e adiar alguns sonhos ambiciosos, mas seria algo perfeitamente possível. E é esse tipo de escolha que eu gostaria que mais pessoas tivessem.

Deixe eu lhe contar uma última história: minha falecida mãe, quando se foi, havia trabalhado a vida toda, desde a sua infância na zona rural e mais tarde adolescência na cidade. E mesmo assim, ao falecer, não tinha casa própria, nunca havia viajado mais longe que o litoral próximo, não tinha poupança e conquistou apenas um carro velho que só dava gastos. Claro, ela conseguiu sustentar seus filhos até os últimos dias, mas ela trabalhava tanto para enriquecer apenas seus patrões que não tinha nem tempo para passar com eles. Eu vi tudo aquilo acontecer de camarote e decidi desde jovem que não era o que eu queria pra mim, que tinha de ter outro jeito de viver. E tem.

Novamente não me entenda mal, sei que nem todo mundo vai querer estudar a implementar estes mecanismos de geração de renda passiva que mencionei acima. E tá tudo bem. Eles não são as únicas formas e nem de longe as mais populares, mas são viáveis se você tem tempo mas não tem dinheiro. Mais tarde, com mais grana sobrando, recomendo também que invista em renda passiva mais tradicional, para diminuir o risco e diversificar as fontes. Nunca foi meu objetivo dizer que investimentos mais tradicionais são ruins. Meu real objetivo aqui é plantar uma ideia na cabeça de vocês: de que podem usar dos seus conhecimentos como dev e profissionais de tecnologia para si, e não apenas para seus patrões. Que podem fugir da “roda dos ratos” se quiserem.

Mas só se quiserem.

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