Como encontrar vagas para web3 e blockchain no Brasil?

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Como encontrar vagas para web3 e blockchain no Brasil?

Luiz Duarte
Escrito por Luiz Duarte em 26/09/2024
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No artigo de hoje eu quero lhe ajudar a entender um pouco como está o mercado nacional (BR) e onde encontrar vagas para trabalhar com web3 e blockchain, principalmente para desenvolvimento, mas também algumas outras funções de tecnologia.

Se preferir, pode assistir ao vídeo abaixo ao invés de ler, o conteúdo é o mesmo.

#1 – Tipos de Vagas

Antes de entrar em sugestões de empresas vamos falar dos tipos de vagas para desenvolvimento de software com web3 e blockchain que vemos atualmente no mercado nacional. São elas:

Híbrida Web2/Web3

A maior parte das vagas de desenvolvimento que você vai encontrar em empresas brasileiras ou com escritório no Brasil são híbridas, ou seja, não são exclusivamente para trabalhar com web3 e blockchain. São empresas que já possuem soluções web2 e também querem entrar no mundo web3 ou empresas que desenvolvem soluções web2 em cima da blockchain (abstrações por exemplo). Esse é, aliás, o jeito mais fácil de começar pois aproveita a sua experiência com web tradicional, se a possuir.

Além de muito conhecimento de web2, os candidatos a vagas híbridas costumam ter conhecimento ao menos júnior em blockchain, smart contracts (incluindo toolkits) e libs de web3 (incluindo integração com carteiras de browser).

Web3 Developer

As vagas para Web3 Developer costumam ser o equivalente ao “dev fullstack” que temos na web tradicional, mas com um “peso” maior na parte de frontend. O Web3 Developer deve conseguir construir dapps web3 de ponta a ponta, ou seja: frontend, integração com carteiras de browser usando libs web3, codificação e comunicação com smart contracts e o básico do funcionamento de blockchain.

Smart Contract/Solidity Developer

Aqui entramos na primeira função mais “especialista” ligada a web3/blockchain. O Smart Contract Developer deve saber não apenas codificar smart contracts como testes, segurança, performance, etc visando construi-los da melhor maneira possível pois ele fará “apenas” isso na empresa. Como Solidity é a linguagem número 1 de smart contracts no mundo, você vai ver muitas vagas equivalentes com o nome de Solidity Developer.

Blockchain Engineer/Developer

Essas vagas são mais raras no mercado nacional, existentes apenas em grandes empresas do segmento de web3 e blockchain pois são para desenvolvimento e manutenção de projetos mais “core” da web3, como nós, clientes de blockchain, bridges, oráculos e muito mais. São vagas que costumam envolver um background “acadêmico” mais forte e bem especializado nesse tipo de solução

Auditor/Security/Infra/Outros

Aqui vão outras vagas possíveis de se encontrar no mercado nacional, como auditores de smart contracts, especialistas em segurança we3, profissionais que provisionam infraestrutura de blockchain (principalmente nós privados) e outros.

#2 – Tipos de Empresas que contratam

Independentemente das empresas que vou citar mais tarde nesse artigo e que possuem vagas web3/blockchain, é importante entender os tipos de empresas que atualmente estão contratando devs com estas habilidades. Isso porque isso vai te permitir saber o que procurar, sem se prender somente à lista que vou trazer.

Corretoras Cripto

Corretoras de criptomoedas são empresas especializadas em corretagem de criptoativos como criptomoedas, tokens, NFTs e outros. Muitas oferecem também serviços de fintech como cartões e investimentos como staking e farming aos seus clientes. Esse é o tipo de empresa que mais contrata profissionais para trabalhar com web3 e blockchain no Brasil atualmente. Mas por pouco tempo e logo explico o porquê.

Tokenizadoras

Tokenizadoras são empresas especializadas em pegar ativos do mundo off-chain (físicos ou digitais) e registrá-los na blockchain e também nos meios jurídicos para que possam ser negociados no mercado descentralizado com segurança e validade. Isso inclui imóveis, recebíveis, participações em empresas e muito mais. O Brasil vem crescendo neste segmento e com o avanço do Drex, deve explodir em demanda e talvez até superar as corretoras cripto em algum momento.

Piloto do Drex

O Drex é a CBDC (Central Bank Digital Currency) do Banco Central Brasileiro, ou seja, o Real tokenizado na blockchain. Este projeto ainda está em piloto e você encontra mais informações sobre ele no vídeo abaixo.

Para o piloto do Drex algumas dezenas de empresas do segmento financeiro e de tecnologia foram aceitas pelo Bacen e todas elas tem de ter profissionais em seu quadro que entendam de blockchain e smart contracts, motivo deste tipo de empresa estar listada aqui. Após o piloto, quando o projeto ir para produção, absolutamente todas empresas ligadas ao SFN (Sistema Financeiro Nacional) deverão se integrar e isso deve fazer com que a demanda por devs com conhecimento em Solidity exploda no mercado pois é a linguagem usada na blockchain/DLT do Drex (HyperLedger Besu). Estamos falando de bancos, financeiras, fintechs.

Um adendo aqui é que outros órgãos do governo brasileiro também já estão trabalhando com blockchain como a Serpro, a Aduana e os ligados ao CIN (Novo RG).

Web3 Services

No Brasil ainda não temos empresas grandes de web3 services, apenas startups até onde sei, mas algumas muito bacanas. Web3 Services é um leque bem grande de possíveis serviços que empresas podem oferecer para levar a web3 ao usuário comum. Hoje já vemos startups brasileiras criando camadas de abstração de web2 em cima de web3, de consultoria para ajudar em projetos, de “exchange as a service”, de “blockchain as a service” e outras. Raramente vemos vagas nessas empresas, mas são vagas muito legais e vale a pena ficar de olho.

Consultorias de TI

As empresas brasileiras que trabalham com outsourcing e body shop na área de tecnologia e que atendem empresas listadas acima também são opções interessantes para se achar vagas de web3 e blockchain, embora seja difícil de achar esse tipo no informação no site delas ainda.

Em breve deve aumentar bastante esta lista e principalmente a quantidade de empresas em cada tipo, graças ao projeto do Drex.

#3 – Requisitos Comuns

Outra informação importantíssima diz respeito aos requisitos comuns às vagas web3 e blockchain em âmbito nacional. Abaixo eu separei alguns pontos bem frequentes e que podem ajudar a nortear os seus estudos para as vagas nas empresas que listarei a seguir.

Backend

Nem todo projeto web3 precisa de backend, já que muitas vezes só o front web e o smart contract já resolve, mas como citado anteriormente, muitas empresas possuem vagas híbridas (web2 + web3), por isso saber programar backend é uma exigência comum. Dentre as linguagens mais exigidas para backend em empresas que usam web3 e blockchain temos TypeScript, Java e Go, com frameworks variados. Em alguns setores como o bancário e corretoras cripto, Java costuma ser mais dominante que TS. Nos demais, TS vem em primeiro porque é usado tanto no backend quanto com os toolkits de contratos, lhe tornando mais produtivo, enquanto que Go é usada em empresas que programar aplicações mais ligadas ao core da blockchain e menos aos contratos.

Frontend

A nível mundial existe uma unanimidade que React é a lib de frontend mais popular, seguido pelo Angular. No entanto, em alguns setores como o bancário, Angular é extremamente popular.

Contratos

Aqui não há o que questionar: Solidity é a linguagem usada por mais de 80% dos projetos de smart contracts do mundo e no Brasil não poderia ser diferente, principalmente considerando que o projeto do Drex é EVM-compatible, logo, quem for trabalhar nele tem de saber Solidity. Uma segunda possibilidade para ficar de olho é Rust, cujas vagas ainda são bem tímidas no âmbito de web3 nacional mas vem crescendo ao redor do mundo graças à Solana e ao toolkit Foundry.

Blockchain

Uma coisa está vinculada à outra: se Solidity é a linguagem de smart contracts que mais aparece nas vagas blockchain nacionais, então o padrão EVM é o requisito natural para as redes a serem utilizadas nos projetos. Do ponto de vista on premise/privado, as soluções da HyperLedger são as que mais demandam profissionais com conhecimento em infra de blockchain nas empresas (incluindo governo).

Inglês

Achou que ia se escapar de ter de saber Inglês porque vai trabalhar no Brasil? Achou errado. Assim como em qualquer vaga de programação, você sempre tem de ter o chamado Inglês “técnico”, equivalente aos níveis A1-A2 dos testes de proficiência. Ou seja, com exceção das multinacionais com escritório no Brasil que vão exigir B1-B2 para conversar com devs de outros países, saber ler em Inglês já costuma ser o suficiente para as vagas de dev pois te permitem ler documentações, buscar ajuda em fóruns, usar Google e IAs em Inglês e assim por diante.

Se você não sabe o seu nível de Inglês, use o teste gratuito da EFSet.

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#4 – Exemplos de Empresas

E por fim, vou listar abaixo algumas empresas que contratam profissionais para trabalhar com web3 e blockchain e que possuem vagas ou escritórios para brasileiros. Esta lista não é extensa e está longe de esgotar as possibilidades, são apenas alguns exemplos que conheço dentro das categorias que citei anteriormente e com requisitos semelhantes ao que passei acima também.

Binance Brasil

A maior corretora de criptomoedas do mundo tem escritório em São Paulo e estava abrindo escritório no Rio de Janeiro da última vez que vi. Contratam para mobile, Java, Big Data, QA, DevOps, Frontend e Blockchain. Vagas aqui

Liqi

Fundada por ex-dono da Bitcoin Trade e pelo influencer Felippe Percigo, a Liqi é uma tokenizadora de ativos. Contratam para Next.js, NestJS e Blockchain em geral. Vagas aqui

Lumx

Startup do ramo de Web3 Services, desenvolve abstrações web2 em cima da blockchain para facilitar a adoção por outras empresas. Usam Go e Smart Contracts. Vagas aqui

Outro dia entrevistei o Afonso Dalvi que trabalha na Lumx, veja abaixo.

Mercado Bitcoin

A maior corretora de criptomoedas da América Latina contrata SRE, Frontend, Segurança e tem um banco de talentos onde pode deixar seu currículo cadastrado. Vagas aqui

BityBank

Formada pela fusão da antiga Biscoint com o comparador e corretora BityPreço, a BityBank vem com uma proposta de fintech do mundo cripto, incluindo conta, cartão etc e tem entre seus sócios nomes como Thiago Nigro (Primo Rico) e Bruno Perini, ambos sócios da Biscoint. Contratam para trabalhar com smart contracts, Node.js e possuem banco de talentos. Vagas aqui

Outro dia entrevistei meu aluno Gustavo Toledo, que trabalha na BityBank, confira abaixo.

Blockful

Outra startup, desta vez uma que presta serviços para DAOs (Organizações Autônomas Descentralizadas). Contratam desenvolvedores de smart contracts. Vagas no LinkedIn da empresa.

Foxbit

Outra corretora cripto famosa a nível nacional. Contratam para Backend, Mobile e Banco de Talentos. Vagas aqui

Ether Private Bank

Startup do Pedro Magalhães da Iora Labs, vem com uma pegada de fintech cripto mas também presta serviços de consultoria, usando bastante Solidity. Vagas no LinkedIn da empresa. Outro dia entrevistei o meu aluno Ramiro Gonzales que trabalha na EPB, veja abaixo.

Ripio Brasil

Outra corretora internacional com filial no Brasil, sendo que a Ripio comprou a corretora Bitcoin Trade para trazer sua operação para cá já com uma grande carteira de clientes. Possuem vagas para várias posições em seu site.

Vortx QR

Tokenizadora de ativos brasileira, incluindo ativos imobiliários como CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). Possum um banco de talentos no seu Gupy.

Bitso

Outra corretora cripto bem famosa, usam muito Java em tudo. Vagas no site da empresa.

Piloto do Drex

São dezenas de instituições financeiras que estão na segunda fase do piloto do Drex, bem como uma série de empresas de tecnologia apoiando as mesmas. Todas elas precisando de profissionais que saibam backend (diversas linguagens, mas bastante Java), Solidity para os contratos e HyperLedger Besu para a infra de blockchain. A lista completa de empresas pode ser vista no site do piloto e inclui nomes de peso como os maiores bancos privados e públicos do país, bem como big techs.

Abaixo uma entrevista que fiz com meu aluno, Juliano Sales, que trabalha em uma consultoria que participa do piloto do Drex.

E outra com o Jefferson Luiz, que trabalha no Itaú.

E por hoje é isso pessoal. Se conhecem outras empresas com escritório BR que contratam devs web3 e blockchain, deixem nos comentários!

Um abraço e sucesso.

Curso Web23

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